O texto
de Guimarães Mendes fala da educação para autonomia que é o desejo e a realização
no coração de cada mãe que cria para vida .
O amor de
mãe é incondicional!
Feliz
dia das MÃES!!!
MÃE DESNECESSÁRIA
“A boa mãe é aquela que vai se
tornando desnecessária com o passar do tempo”.
Várias
vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha.
Até agora.
Chegou a
hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria
embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha
interna hercúlea, confesso.
Quando
começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de
nós, lembro da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho
direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que
alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que
significa isto.
Ser
desnecessária é não deixar que o amor “incondicional” de mãe, que sempre
existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de
eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para
traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os
próprios erros também.
A cada
fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase,
uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor
é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se
transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos,
constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que
eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na
divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o
abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe – solidários – criam filhos para
serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao
aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando
eles decidem atracar.” (D. A)
Pegando esse gancho, digo sempre
às minhas pacientes “Mamães Angustiadas pela Autonomia dos Filhotes” que quando
esquecemos de parar de sermos mães, nossos filhos se afastam de nós…eles
precisam pensar com suas cabeças, cometer seus próprios erros e acertos!
Convenhamos,
é muito chato uma mãe eterna no nosso pé…precisamos reconhecer, aliás com muito
orgulho que eles, os nossos filhos crescem, se tornam autônomos, e muito
melhores que nós, Graças a Deus!
Como diz o texto, é sinal de que
fizemos um bom trabalho, quando percebemos que estamos sendo dispensadas e
desnecessárias.
É hora de
descansar e curtir a turma de preferência à distância…
Lembre-se, muito melhor ser SOLICITADA que
“OFERECIDA!!!”
Certa vez
uma senhora pediu-me ajuda como terapeuta, pois não sabia o que fazer com um
sobrinho, filho único, cuja mãe veio a desencarnar há pouco tempo. Um jovem de
18 anos, totalmente dependente, não queria estudar, colaborar, nem trabalhar… sua
mãe o educara assim, com tudo à mão e à boca…nunca soubera antes o que seria
fazer algo útil e construir seu futuro.
O jovem sobrinho estava desarmonizando toda
a sua família de três filhos que por serem todos independentes, estudiosos,
trabalhadores e responsáveis, não aceitavam o primo ocioso em sua casa.
Ao ouvir
o relato de minha paciente, deparei-me em como eu sou feliz, pois tenho três
filhos totalmente independentes, bem formados moralmente e intelectualmente…
e fui fundo: se eu morrer agora não deixarei
nenhum filho desamparado ou sob a responsabilidade de algum parente…meu Deus
como sou feliz! A única falta que sentirão de mim será afetiva, emocional!
Senti então uma profunda gratidão à vida, a
Deus e um tremendo orgulho da mãe que eu fui um dia, QUANDO ELES NECESSITAVAM
DE UMA, pois hoje sou apenas uma Grande Amiga!
Ah! Continuo a distância! Quando sou
solicitada sou a primeira a chegar! Caso contrário fico na minha, assisto à
distância o desenrolar de suas vidas com muitos acertos, com inúmeros erros mas
que eles “tiram de letra”, com muito mais competência que eu faria, se
estivesse em seus lugares.
E dou Graças a Deus!!!
GUIMARÃES MENDES
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